Faz mais de vinte anos que a grana com grife passou a fazer a diferença no
futebol brasileiro. Dos esquadrões marcantes montados pelos chamados grandes de
São Paulo o único do qual consigo me lembrar sem que junto não me venha à cabeça
o nome do patrocinador, é o São Paulo do início dos anos 90. Logo depois veio o
Palmeiras da Parmalat. E quando a década se fez mais madura foi a vez do
Corinthians. Primeiro tabelando com um banco e depois com fundos de
investimentos e sua dinheirama desde sempre suspeita. E assim nomes como Excell,
Hicks Muse e MSI ficaram tão falados quanto os dos jogadores que eles trouxeram.
Atualmente a vez voltou a ser do Palmeiras que tem navegado num mar de dinheiro.
Primeiro oriundo de um presidente que muitas vezes mais pareceu um mecenas e
depois de um patrocinador de dar inveja a qualquer time da Série A. Os mais
radicais poderiam levar essa conversa pro lado do doping financeiro, coisa que
eu nem considero descabida de ser discutida. Mas escolhi o assunto porque a
primeira manchete que me chamou a atenção neste início de semana foi uma que
anunciava que o Palmeiras trabalha para afastar a pressão que veio com o alto
investimento.
O que eu sei é que, muito anos
depois, o modelo de negócio travado entre o Palmeiras e a Parmalat era tido
pelos entendidos como o exemplo a ser seguido. E isso só mudou, ou se apagou,
quando a multinacional viu sua reputação ir por água abaixo. Mas há aí um
detalhe histórico que deveria ser lembrado e que tanto o clube quanto o
patrocinador deveriam ter em mente sempre: enquanto a parceria foi tida como um
sucesso todas as partes envolvidas diziam pra quem quisesse ouvir que os
resultados vieram muito antes do previsto, o que tinha facilitado tudo.
Naquela
época voltar a ser campeão brasileiro pareceu justificar o investimento, o que
agora não parece ser o caso. Há uma insatisfação geral no ar. Só que ter mais do
que os outros nunca foi garantia de satisfação. Existem muitos casos que podem
ser usados pra comprovar essa teoria, inclusive, um certo Flamengo, centenário,
cheio de talento, mas que virou sinônimo de que o dinheiro nem sempre compra a
felicidade. Agora vejam. Nem tudo está perdido porque em matéria de futebol,
também não faltam provas de que, às vezes, ele compra sim.
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