É fácil entender a razão que levou o Palmeiras ao título: não ter dado mole para o azar. Ou mais catedraticamente falando,mostrar em campo uma regularidade que passou longe de todos os outros times. Em especial do Santos que, no final das contas, se viu no papel de ser o grande desafiante da esquadra palmeirense. E que se não conseguiu levar às últimas consequências essa possibilidade foi justamente por não ter demonstrado tal virtude, a de ser regular.
Mas mesmo sem
ela a temporada do time da Vila Belmiro obteve o reconhecimento do torcedor, que
não costuma fazer isso diante de qualquer situação. E é bem possível que esse
contentamento venha do fato de o futebol da equipe santista ter se imposto como
dos mais vistosos entre todos os que vimos ao longo desta temporada. E até pelo time ser dono desse tipo de jogo explicar a falta de brilho de algumas apresentações do
Santos se revelou também um desafio. Talvez estejamos diante de um time dono de
um tipo de futebol que depende muito da inspiração e quando ela não vem a coisa
engrossa.
Não que eu ache justo o veredicto que anda aí exposto de que o time do
Palmeiras não apresentou um futebol de encher os olhos. Digo que aceito tal
colocação, mas como um crítica do conjunto. Ainda assim seremos obrigados a
reconhecer que só um conjunto que funciona pra valer alcança a tal regularidade.
E individualmente, há brilho sim. Afinal, estamos diante do Palmeiras de Gabriel
Jesus, que mesmo que não tenha causado o mesmo arroubo depois de um certo
momento mostrou-se virtuoso. O Palmeiras de Zé Roberto, que pode já não ter o
fôlego ideal em lances que exijam certa explosão mas que sabe das coisas. O
Palmeiras de Yerry Mina, Jaílson e por aí vai.
E não custa lembrar como esse
elenco palmeirense era visto quando Cuca baixou na Academia. Um elenco que de
tão grande e diverso afirmavam ser impossível de administrar. Um elenco sem um miolo, sem
um time definido. Tarefas que Cuca tomou pra si e cumpriu com louvor. E ao levar
em conta o destino do treinador, apresentado no
último mês de março, até no tamanho do contrato ele acertou. Seja por uma questão pessoal que o impediu de continuar, ou tivesse sido por uma proposta surreal da China, a verdade é que no lugar dele outros poderiam ter crescido o olho e batido o pé por
um contrato maior, já que dinheiro não tem sido há algum tempo o problema do
Palmeiras. Mas Cuca ao chegar assinou só até dezembro deste ano. Portanto, se despede sem viver o que é quase uma regra entre
aqueles que ocupam esse tipo de cargo: dizer até mais sem ter cumprido o
contrato até o fim.
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