Quem me conhece sabe que uma das frases que mais gosto é aquela que diz que em matéria de futebol quanto mais você o conhece mais difícil fica de gostar. E não me venham com o papo de que é possível abstrair tudo o que gira em seu entorno e ficar só com o jogo que eu não tenho vocação pra alienado. Estamos aí pagando mais um mico com nossa seleção, mas esse futebol ausente de encanto que nos restou não passa do resultado óbvio de que tudo o que se fez com ele tanto do ponto de vista conceitual quanto do administrativo.
Dar de cara, depois de ter
visto o que vimos, com Gilmar Rinaldi dizendo que estávamos no caminho certo
mais do que indignar me intriga. Gostaria de crer que tal discurso foi dito com
certo esforço fazendo valer aquela linha de pensamento de que é preciso mostrar
segurança diante dos percalços, não se revelar abatido. Mas temo que seja ainda
mais complicado, que o dirigente cercado pela lógica do mercado, pelas razões
que faz tempo orientam os donos do jogo, estava mesmo convencido de que o
trabalho que estava sendo feito por ele era de ponta e iria tirar a nossa
seleção desse atoleiro.
E digo a vocês que já nem estou certo de que a própria
imprensa esportiva com todo seu arsenal de críticas tenha noção exata do tamanho
do problema. E puxo essa fila sem titubear, pois deixo aqui firmado que antes
dessa Copa América começar, sabendo do grupo pífio em que o Brasil
estava incluído, estava convencido que por pior que fosse a campanha do time de
Dunga iríamos além da primeira fase. Mas veio a surpresa. E o mesmo raciocínio
vale para a Copa do Mundo passada quando não houve especialista que fosse capaz
de antever o tamanho do perigo que corríamos.
Mesmo avançando entre trancos e
barrancos até o fatídico jogo contra a Alemanha a imensa maioria julgava que,
mesmo por linhas mais do que tortas, não estava descartada a chance de o Brasil
figurar na grande final. Outra coisa que percebo na nossa outrora estimada
seleção é que uns e outros que costumam se mostrar cheios de atitudes nas redes
sociais quando o bicho pega entre as quatro linhas estão longe de demonstrar a
mesma valentia. Ou alguém aí vai dizer que não foi fácil perceber que os
peruanos pareciam mais dispostos? Isso sem contar que tem gente ali desfrutando
de um sucesso que, se formos analisar bem, ainda nem se concretizou. Bom, se quando você der de cara com esta minha reflexão Tite tiver topado a
parada, melhor pra seleção. Mas se tiver dito não terá demonstrado
uma coerência inimaginável no meio do futebol.
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