Vou contar uma coisa pra
vocês. Andei comprando briga por causa desse Barcelona que temos visto aí. Esse
que acaba de se sagrar pela sexta vez nos últimos oito anos campeão espanhol. E
se briguei foi por ter defendido a tese de que se trata de um dos times mais
encantadores que vi jogar. Muita gente se doeu e rebateu a afirmação me dizendo,
em tom provocativo, que o Barça de Guardiola era melhor. Pode ser. Não sou do
tipo que não vê grandeza na dúvida. Mas talvez valha em casos assim apelar pra o
que alguns costumam dizer sobre os vinhos, que o melhor deles é aquele que
parece feito para contentar o seu gosto não importando de onde vem ou quanto
custa.
A essa altura minha posição certamente será ainda mais combatida pois no
imaginário do torcedor ainda baila a derrota para o Real Madrid pelo Espanhol e
a eliminação da Copa dos Campeões pelo Atlético de Madrid. Resultados
que sugeriam um futuro mais opaco para uma equipe até então brilhante.
Principalmente se lembrarmos que entre uma derrota e outra o time catalão perdeu
para a Real Sociedad e depois da eliminação na Copa dos Campeões ainda viu o
Valencia sair do Camp Nou carregando um triunfo por dois a um.
Os insucessos só
fizeram aumentar consideravelmente o tom das críticas feitas a Neymar e a Messi,
que amargava então um jejum de cinco jogos sem gol, o pior dele desde 2010. E os
jornais não hesitavam em tratar tudo como uma derrocada. Era ou não era pra
abalar qualquer equipe? Mas o que fez o Barça depois disso? Venceu os cinco
jogos restantes marcando 24 gols e não sofrendo nenhum. Ah, mas o Campeonato
Espanhol é uma baba dirão. Lembrando dos jogos que vi do Barcelona nesta
temporada prefiro pensar que ele fez valer seu futebol. Além do mais, tivesse o
Barcelona atual vencido tudo dispensaria essa minha defesa.
Nome por nome talvez
não resista a uma comparação com o de Guardiola. Mas pro meu gosto há algo raro,
muito raro ali, ancorado no brilhante trio MSN. Uma magia, um tempo de jogo. Não
por acaso, o uruguaio Suárez acaba de se tornar o mais novo artilheiro
do Espanhol quebrando a hegemonia de Messi e Cristiano Ronaldo que
durava desde 2009/2010. Foram quarenta gols no total, quatorze deles marcados
nos últimos cinco jogos. Na temporada Luis Suárez soma cinquenta e nove. E no
próximo sábado, na final da Copa do Rei contra o Sevilla, terá a chance de ir
além, e nós a chance de ver uma vez mais esse Barcelona que está longe de ganhar
tudo e agradar a todos... mas que tem jogado futebol como poucos.
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