quarta-feira, 13 de abril de 2016

Eles não estão nem aí !


Assuntos são muitos. Um que é parte do passado não sai da minha cabeça por muito dizer sobre o futuro. Falo do discurso do novo presidente da FIFA durante visita à América do Sul. Foi daquelas coisas que fazem a gente se sentir meio trouxa por ainda acreditar vez ou outra que o caos forçará mudanças. As palavras de Gianni Infantino foram de um vazio imenso. Disse que é preciso que as reformas que se aplicaram na Fifa sejam também aplicadas aqui. Difícil imaginar a FIFA reformada, mas... prometeu até enviar pra cá pessoas para esse fim. Sobre a CBF afirmou que se trata de uma entidade que teve problemas. Assim mesmo, no passado. 

Enquanto isso os Panamá Papers vão fazendo a polícia bater à porta da UEFA. Vão fazendo o próprio Infantino ficar sob a mira. Vão obrigando o presidente do Peñarol a deixar o cargo no Comitê de Ética da FIFA. Mas está aí o ex-figurativo presidente da CBF pra provar que nem só de dribles vivem os discursos. Eles também dizem verdades. Ou quando Antônio Nunes disse que o Brasil tinha muito a ganhar com a eleição de Infantino não falou a verdade? Bem, sabe-se lá. Nesta quinta Infantino não estará no sorteio das chaves para os Jogos do Rio. E isso tem sido visto como prova de que a relação anda azeda. No fundo eles não estão nem aí. Têm outras grandes preocupações. 

Mas eu aqui tenho pensado bastante nessa questão do Neymar. E estou convencido de que se ele for só à Olimpíada não tem do que reclamar. É o filé! Há o ineditismo desse ouro que nos desafia. Os Jogos têm um alcance planetário, serão disputados em casa e comportam até certa curtição, ainda que as estrelas do futebol costumem ficar longe da Vila Olímpica. Preocupado deve ficar o Dunga. Pois pra ele tudo muda. A dose de Neymar autorizada claramente lhe impõe limites. Imaginem vocês que o Brasil conquiste o ouro. Dunga estaria redimido. É! Mas primeiro virá a Copa América e depois a Olimpíada. E se na Copa América a seleção voltar a mostrar aquele futebol sem brilho é provável que Dunga não chegue até lá. 

Qualquer ausência de Neymar o faz perder parte do oxigênio que ainda tem pra gastar. Talvez fosse o caso de pensar melhor. Deixar que Rogério Micale tocasse o rolo com os meninos. Evitando, por exemplo, sair vivo da Copa América e, em seguida, colocar tudo a perder caso o time olímpico naufrague. Ele que fique sabendo desde já que mesmo se conquistar o ouro não estará livre de ouvir dos críticos que Micale teve um bom quinhão nisso. E não poderá dizer que não é bem assim. Logo, se Dunga não parece ser o homem que salvará nosso futebol, Gianni Infantino não parece ser o homem que irá purificá-lo.

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