Assuntos são muitos. Um que é parte do passado não sai da minha cabeça por muito dizer sobre o futuro. Falo do discurso do novo presidente da FIFA durante visita à América do Sul. Foi daquelas coisas que fazem a gente se sentir meio trouxa por ainda acreditar vez ou outra que o caos forçará mudanças. As palavras de Gianni Infantino foram de um vazio imenso. Disse que é preciso que as reformas que se aplicaram na Fifa sejam também aplicadas aqui. Difícil imaginar a FIFA reformada, mas... prometeu até enviar pra cá pessoas para esse fim. Sobre a CBF afirmou que se trata de uma entidade que teve problemas. Assim mesmo, no passado.
Enquanto isso os Panamá
Papers vão fazendo a polícia bater à porta da UEFA. Vão fazendo o próprio
Infantino ficar sob a mira. Vão obrigando o presidente do Peñarol a deixar o
cargo no Comitê de Ética da FIFA. Mas está aí o ex-figurativo presidente da CBF
pra provar que nem só de dribles vivem os discursos. Eles também dizem verdades.
Ou quando Antônio Nunes disse que o Brasil tinha muito a ganhar com a eleição de Infantino
não falou a verdade? Bem, sabe-se lá. Nesta quinta Infantino não estará no sorteio das
chaves para os Jogos do Rio. E isso tem sido visto como prova de que a relação
anda azeda. No fundo eles não estão nem aí. Têm outras grandes preocupações.
Mas
eu aqui tenho pensado bastante nessa questão do Neymar. E estou convencido de que se
ele for só à Olimpíada não tem do que reclamar. É o filé! Há o ineditismo desse ouro
que nos desafia. Os Jogos têm um alcance planetário, serão disputados em casa e
comportam até certa curtição, ainda que as estrelas do futebol costumem ficar
longe da Vila Olímpica. Preocupado deve ficar o Dunga. Pois pra ele tudo muda. A
dose de Neymar autorizada claramente lhe impõe limites. Imaginem vocês que o
Brasil conquiste o ouro. Dunga estaria redimido. É! Mas primeiro virá a Copa
América e depois a Olimpíada. E se na Copa América a seleção voltar a mostrar
aquele futebol sem brilho é provável que Dunga não chegue até lá.
Qualquer
ausência de Neymar o faz perder parte do oxigênio que ainda tem pra gastar.
Talvez fosse o caso de pensar melhor. Deixar que Rogério Micale tocasse o rolo
com os meninos. Evitando, por exemplo, sair vivo da Copa América e, em
seguida, colocar tudo a perder caso o time olímpico naufrague. Ele que fique
sabendo desde já que mesmo se conquistar o ouro não estará livre de ouvir
dos críticos que Micale teve um bom quinhão nisso. E não poderá dizer que não é
bem assim. Logo, se Dunga não parece ser o homem que salvará nosso futebol, Gianni Infantino não parece ser o homem que irá purificá-lo.
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