Sabem, sou cismado com teorias que faz tempo tentam nos vender como salvação.
Não suporto, por exemplo, ouvir alguém justificar privatizações dizendo que não
há saída. Se o serviço ficar na mão do governo estará fadado a ser ineficiente.
Nossa realidade é essa, não discuto. Mas quero crer que um dia seremos capazes.
Um dia teremos noção melhor daquilo que devemos entregar a terceiros. Se não é
viável um Estado que cuide de tudo, também não dá pra sair por aí abrindo mão
das coisas em nome do aclamado Estado mínimo. Mas não estou querendo cavar um
lugar entre os articulistas de política ou economia, nada disso.
É que questões
parecidas me assombram quando penso na nossa seleção, que neste momento segue
reunida depois de ter goleado o selecionado turco em Istambul. Digam se é
muito delírio pensar que se um time representa um país deveria ser gerido por
ele. É delírio? Mas a lógica do mundo é outra.. e as seleções uma espécie de
paraíso fiscal dos cartolas.
A partir daí o que se dá é óbvio. Os interesses do
time passam a não ser os nossos. Eles vendem os jogos da seleção pra um xeque
cheio de dinheiro, que por sua vez cria o Brazil Global Tour e leva nosso time
pra bem longe da gente. Ou seja, essa paixão de muitos nada mais é do que a
lojinha dos caras. E, ao contrário do que costumamos ouvir por aí, os donos dela
não são exatamente uns ignorantes. Podem não ser modernos, mas não dormem no
ponto. E o que me faz acreditar nisso são algumas atitudes tomadas por eles nos
últimos tempos. Vejamos.
Os clubes querem receber quando seus atletas estiverem
na seleção. Eles resistem. Resistem, mas molham a mão dos atletas que lá estão
com bônus que são acertados a cada jogo. E enquanto os clubes se veem ameaçados
por não honrarem o pagamento dos direitos de transmissão a CBF prefere não
correr risco e divide com os jogadores cinco por cento do que recebe por isso.
Melhor se cercar de garantias. E não deve ser por outro motivo que agora vieram
com essa história de dar aos presidentes das federações estaduais, leia-se seu
colégio eleitoral, um salário de quinze mil reais.
Os donos da lojinha estão
carecas de saber que seja qual for a área de atuação aliados descontentes são um
perigo. Que o diga a presidente Dilma. No mais, seguimos sonhando com um futebol
que já não temos, Mas eles... eles estão preocupados mesmo é em fazer a lojinha
faturar alto
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