Se hoje em dia dizemos que o futebol
não é mais aquele tenha certeza de que é também porque as cifras que o envolvem
há tempos engordaram demais. Nessa vida se faz cada coisa por dinheiro! Foi-se o
tempo em que o talento por si só era capaz de dar ao seu dono um lugar no time.
Quase ninguém fala - mas todo mundo sabe - que hoje em dia sem uma graninha aqui
ou ali escalar as montanhas que separam os mortais de um time profissional
é praticamente impossível.
Nesse mercado afortunado paga-se demais, inclusive,
por gênios potenciais que nem sempre se revelam. E muitos dos elegidos por
sinal são mais respeitados pelas cifras que movimentam do que pelo futebol que
apresentam. E foi justamente em nome da fortuna que o futebol se fez permeável,
escancarando as portas pra quem tinha "algum" pra colocar no jogo. Nasciam assim
os tais parceiros, os tais investidores, nomes tão comuns a quem convive com o
dito futebol moderno.
A FIFA sabe muito bem disso e decidiu decretar que empresários não poderão mais ter participação
nos jogadores. A ideia, ainda que ela não admita, é ter mais controle sobre o seu negócio. Certamente não fechará as portas aos multibilionários que nos
últimos tempos gastaram parte de seu zilhões apostando no segmento. Além do
mais, quem tem cacife não ficará mais pobre se precisar nos próximos anos
montar ou comprar um time. Por trás dessa reorganização certamente está ainda
uma preocupação monumental, a de não saber até quando suportarão não pagar
devidamente aos clubes por seu jogadores. O que dão hoje a eles são migalhas.
A queda de braço entre os manda-chuvas do futebol mundial tá rolando e a escolha
do Qatar como sede da Copa de 2022, com seu verão incandescente, só acelerou
o desconforto entre as partes. Por aqui o São Paulo já move uma ação na justiça
pedindo para ser ressarcido pela cessão de seus jogadores à seleção. E a conta,
que já andava na casa de uma dezena de milhões de reais aumentará, já que Kaká e
Souza a essa hora lá estão, se preparando para enfrentar a Argentina, na China.
Detalhes que mostram bem como tudo foi levado até hoje. E é por isso que
em matéria de administração do futebol nacional eu sou mais os donos de botecos
que nunca deixaram de pregar na parede, bem à vista de todos, a velha placa
avisando que ali " Fiado, só amanhã".
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