Não há como negar, depois que a bola começou a rolar a Copa do Mundo
impôs certa rendição ao mau humor e pessimismo que eram mais do que
visíveis. Não era pra menos. O que tínhamos até então era só uma sequência de
cronogramas atrasados, estádios que custaram os olhos da cara e seguiam
inacabados, ou seja, a parte dura da realidade. Mas a possibilidade de, enfim,
se divertir com a Copa trouxe novos ares. E se tratou de uma diversão rara por
estas bandas.Tivemos jogos empolgantes, que inevitavelmente me
fizeram pensar como será difícil se contentar depois com o nosso
Brasileirão. O eterno circo, dirão alguns, com razão até.
Um circo cuja
arquibancada continua alimentando um clima caustico, cruel. Ou não chega a ser crueldade reservar ao atacante Diego Costa um mar de vaias? Escolher a Espanha
depois de ter tido menos de trinta minutos de chance com Luiz Felipe Scolari
nada tem de traição. E para os que
ainda não entenderam a eliminação dos atuais campeões mundiais replico aqui, como título, uma
frase dita recentemente pelo físico e matemático Stephen Hawking, que talvez
sirva de consolo. E viva o
tiki-taka que, se já não dá mais pé, nos últimos anos prestou um grande serviço
ao futebol mundial. O arejou.
Enquanto isso o Brasil vai carregando sua
consagrada trajetória futebolística com pouca ousadia, fazendo o que
for preciso pra não deixar escapar a vitória. Muitas pessoas tem me perguntado
porque não é possível enxergar na seleção brasileira a vontade e a determinação
tão evidentes em outras seleções, mesmo naquelas com tanto recurso técnico
quanto a nossa. Não tenho resposta. Tenho suspeitas.
Em qualquer atividade nosso
estilo é sempre fruto daquilo que se pensa. Talvez esteja aí uma demonstração
grandiosa de crença em sua capacidade técnica, no talento ou no respeito que a
camisa amarela impõe. Ou talvez simplesmente achem que o triunfo, no caso deles, permite abrir mão desse tipo de postura. Em todos os casos é sempre o resultado futuro
que evidencia o quanto havia de razão e de sentido em cada uma de nossas
escolhas. E por falar em escolhas, o hit do momento em matéria de seleção é
justamente a escolha que o treinador brasileiro fará amanhã no jogo contra o Chile.
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