sexta-feira, 27 de junho de 2014

" Comparada ao futebol, a física quântica é relativamente simples"


Não há como negar, depois que a bola começou a rolar a Copa do Mundo impôs certa rendição ao mau humor e pessimismo que eram mais do que visíveis. Não era pra menos. O que tínhamos até então era só uma sequência de cronogramas atrasados, estádios que custaram os olhos da cara e seguiam inacabados, ou seja, a parte dura da realidade. Mas a possibilidade de, enfim, se divertir com a Copa trouxe novos ares. E se tratou de uma diversão rara por estas bandas.Tivemos jogos empolgantes, que inevitavelmente me fizeram pensar como será difícil se contentar depois com o nosso Brasileirão. O eterno circo, dirão alguns, com razão até. 

Um circo cuja arquibancada continua alimentando um clima caustico, cruel. Ou não chega a ser crueldade reservar ao atacante Diego Costa um mar de vaias? Escolher a Espanha depois de ter tido menos de trinta minutos de chance com Luiz Felipe Scolari nada tem de traição. E para os que ainda não entenderam a eliminação dos atuais campeões mundiais replico aqui, como título, uma frase dita recentemente pelo físico e matemático Stephen Hawking, que talvez sirva de consolo. E viva o tiki-taka que, se já não dá mais pé, nos últimos anos prestou um grande serviço ao futebol mundial. O arejou. 

Enquanto isso o Brasil vai carregando sua consagrada trajetória futebolística com pouca ousadia, fazendo o que for preciso pra não deixar escapar a vitória. Muitas pessoas tem me perguntado porque não é possível enxergar na seleção brasileira a vontade e a determinação tão evidentes em outras seleções, mesmo naquelas com tanto recurso técnico quanto a nossa. Não tenho resposta. Tenho suspeitas. 

Em qualquer atividade nosso estilo é sempre fruto daquilo que se pensa. Talvez esteja aí uma demonstração grandiosa de crença em sua capacidade técnica, no talento ou no respeito que a camisa amarela impõe. Ou talvez simplesmente achem que o triunfo, no caso deles, permite abrir mão desse tipo de postura. Em todos os casos é sempre o resultado futuro que evidencia o quanto havia de razão e de sentido em cada uma de nossas escolhas. E por falar em escolhas, o hit do momento em matéria de seleção é justamente a escolha que o treinador brasileiro fará amanhã no jogo contra o Chile. 

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