sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O futuro do futebol


Se há uma coisa que me intriga em matéria de futebol é o futuro dele. A todo momento ouvimos alguém falando em melhorá-lo, em torná-lo mais profissional, em dar mais conforto ao torcedor. Mas o que será do futebol daqui a trinta ou cinquenta anos? Não sei. Os entendidos podem ter ficado um tanto velhacos depois que um certo intelectual cravou, no início do século passado, que o futebol era moda, importada, que não ia pegar.

Mas deixemos de lado os detalhes da história, principalmente os que remontam a origem do jogo, e fiquemos com seus recém comemorados cento e cinquenta anos, quando fundaram a Foottball Association, a primeira federação de futebol do mundo. À luz da história o futebol é novo. Mas é um jogo que já se mostrou deveras vigoroso, jogo que vinte anos atrás por estas bandas não precisava fazer muito esforço para levar bem mais de cem mil torcedores a um estádio e que nos dias de hoje tem tido cada vez mais dificuldade para seduzir a garotada que, não raro, tem forte queda por sua versão virtual.

Nós, de certa forma, também nos virtualizamos na condição de torcedores, seja por causa da violência ou de outro motivo qualquer, há muitos. Passamos a torcer do sofá, longe do frenesi inigualável das arquibancadas. E como mesmo do sofá continuamos a consumi-lo e seguimos alimentando o mercado é provável que pouco será feito pra mudar essa relação.

O ingresso encareceu e, como se não bastasse, as novas Arenas provocaram uma aceleração ainda mais absurda dos preços. Diante desse encolhimento provocado por um futebol teoricamente bem pensado ficamos boquiabertos ao dar de cara com a paixão dos torcedores do Santa Cruz que, mesmo diante de todas as adversidades, continuam lotando o estádio do Arruda e o fazendo pulsar como antigamente.

Nunca o jogo de bola teve seu fascínio tão contestado, nunca foi tão rotulado de chato. E isso inevitavelmente terá algum desdobramento. Estou longe de achar que o futebol perderá sua força. Acho apenas que do jeito que vai tem tudo pra ficar cada vez mais parecido com outros esportes. Capaz de movimentar cifras cada vez maiores, de criar super astros, de mobilizar milhões de aficionados.

Mas futebol como antes, como grande símbolo da nossa identidade, como brincadeira primeira da molecada, verdadeiramente popular, esse futebol só veremos olhando para o passado, para o futuro, sei não. Ainda que os homens de marketing estejam com seus notebooks repletos de planos

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