No início desta semana o secretário-geral da FIFA, o senhor Jérome Valcke, melindrou os dirigentes do São Paulo ao afirmar que o Morumbi não tem condições de abrigar o jogo de abertura da futura Copa de 2014. Foi durante um evento em Joanesburgo, na África do Sul, sede do Mundial do ano que vem.
Não demorou muito para que o presidente do tricolor paulista classificasse como sandice o parecer do secretário. O ocorrido evidencia o óbvio. Tudo depende do ponto de vista.
Não dá pra negar que o Morumbi esteja, hoje, muitos anos à frente da maioria dos estádios do país. Não dá pra negar também, que isso, infelizmente, é muito pouco diante daquilo que a entidade máxima do futebol mundial exige de quem se dispõe a abrigar momento tão solene.
Valke foi além, disse que ali não só a abertura é inviável como qualquer jogo decisivo, seja ele uma semifinal, uma final ou até mesmo uma menos honrosa disputa de terceiro lugar. Alvejou o projeto tricolor por todos os lados. Pode até ter exagerado, mas ao dizer que " está na hora de o Brasil começar a trabalhar", emitiu um parecer preciso, e que extrapola o futebol.
Seria bom que alguns dos nossos homens públicos aceitassem a sugestão. Infelizmente, o secretário jamais entenderá a complexidade de tudo isso. Eu sei, aí também já é pedir demais. Somos um país meio surreal e, vai que eles acatam a idéia. Acabaríamos tendo como guru um cartola da FIFA. A coisa ficaria ainda mais surreal.
Os de espírito apaziguador dirão que é preciso dar um desconto para esses nobres acostumados ao cotidiano da Suiça e tudo o mais. Mas a nota emitida pelo São Paulo traz uma boa idéia. Sugere que Jérome Valke " venha, assim que entender conveniente, visitar a cidade de São Paulo". Uma vez aqui, quem sabe, ele não aceite nossa realidade tão singular, e mude de opinião.
Difícil é acreditar que ele não saiba o que se passa por essas bandas, que a lógica por aqui seja outra, porque Valke também foi duro com Danny Jordaan, diretor-executivo da Copa da África e candidato a presidente da Federação Sul-Africana de Futebol, dizendo que um homem da FIFA não senta em duas cadeiras, e que terá que escolher.
Mas ao ser lembrado que a situação do presidente da CBF é similar, afinal, Ricardo teixeira também é o presidente do Comitê Organizador da Copa de 2014, sentenciou que se trata de um caso diferente porque Teixeira já está eleito.
Disputas políticas e de bastidores à parte, eu vos digo: Senhores, um ponto de vista é, antes de tudo, um ponto de interesse. Vejam!
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
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