Imagem: Quadro de Djanira/1975
Este poderia ser um feriadão como outro qualquer. Mas definitivamente não é. Que o digam os palmeirenses e botafoguenses que verão seus times escreverem neste dia fértil para curtições o segundo capítulo deles no Mundial de Clubes. Sobre o time de Abel Ferreira, vos digo que me surpreendeu na estreia pela atitude. E não descarto a teoria de um amigo que a justificou como um modo de fazer um pouco menos desafiador o que o cruzamento da próxima fase poderia lhe guardar. Aos que não são dados às minucias do torneio eu explico. Sendo primeiro de seu grupo teria pela frente, nas oitavas, o segundo colocado do grupo B. Mas sendo o segundo lhe caberia ficar frente a frente com o primeiro. E posso dizer que enquanto escrevo estas linhas o mundo aponta o PSG como mais do que favorito ao posto.
De certo mesmo é que o debute alviverde sem gols faz da vitória no jogo de hoje contra o Al Ahly, do Egito, uma exigência. Já o Botafogo não terá como escapar de tão temido encontro. Está no grupo do atual campeão europeu e ficará frente a frente com ele quando a noite desse feriadão já estiver caminhando para a fronteira que o separa de uma dessas sextas que os brasileiros tão bem sabem transformar numa espécie de semiferiado. E a essa altura o torcedor do time carioca já saberá o que se deu no encontro entre o Seatle e o Atlético de Madrid. E se o futebol não nos pregar uma peça transformará o encontro com o time de Simeone em um tudo ou nada para o time da estrela solitária.
É fato que se fará um encontro infinitamente menos assustador do que com o afinado time francês. Nem por isso um encontro comum, muito menos simples. Por essas e outras não há brasileiro que possa chegar às oitavas com mais jeitão de sobrevivente do que o Botafogo. E seja lá qual for o desenlace que a mais nova invenção da FIFA terá as primeiras impressões me convenceram de que o torcedor brasileiro comprou a ideia. Ao contrário de alguns europeus, que trataram de deixar bem claro que por lá o Mundial não desfruta do prestígio que vai desenhando por aqui. Aos que apontam o abismo que transforma partidas como as que vimos entre Bayern de Munique e Auckland City, da Nova Zelândia, numa coisa meio sem sentido até lembro que não será muito diferente na próxima Copa do mundo que, pela primeira vez na história, terá infinitas quarenta e oito seleções.
Para além de qualquer outra consideração, e como disse o técnico do Borussia, Nico Kovac, é preciso valorizar a oportunidade de se medir com os melhores dos outros continentes. Se a oportunidade vem a ser de alguma valia pra eles pode-se até discutir. Já pra nós, sul-americanos, creio, não resta dúvida. E enquanto o creme de la creme do futebol mundial desfila em gramados norte-americanos gerando um sem fim de manchetes uma que não tem nada a ver com ele me chamou a atenção e soou como o anúncio de uma grande vitória. Ela dava conta da condenação de quatro envolvidos no caso do boneco de Vini Jr pendurado em uma ponte de Madrid, simulando um enforcamento, pouco antes de um jogo da Copa do Rei em 2023. Um dos casos mais grotescos que já vi em décadas de jornalismo esportivo. Os quatro, torcedores do Atlético de Madrid, foram condenados por crime de ódio e ameaças. As penas somadas chegaram a 22 meses de prisão. É bom saber que em algum lugar casos do tipo são levados até o fim.
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