quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Uma Copa pra esquecer?
Há uma verdade implícita no futebol que costuma jogar a favor da cartolagem: o resultado. Isso mesmo, o resultado. Detalhe que os mais críticos costumam dizer que certos comentaristas usam como álibi. Mas o resultado pode ser mais perverso do que isso, embora no fim das contas seja absolutamente inocente. A verdade é que quando um clube triunfa pode ter cometido os maiores absurdos na gestão, pode estar com a corda no pescoço em matéria de finanças que tudo soa azul. E isso me veio à mente ao ficar sabendo que a FIFA decidiu deixar o Brasil fora do roteiro que o troféu da Copa do Mundo faz pelo planeta.
Serão 50 países de seis continentes. Na América do Sul visitará o Chile, a Argentina e a Colômbia. A justificativa oficial é que o nosso país ficou fora por ter sido a última sede. O que me fez pensar que nem na hora da justificativa a entidade fez algum esforço. Afinal, nesse giro planetário o troféu passará pelos últimos sete países-sede. Motivo bem mais plausível é que a CBF e a FIFA têm patrocinadores rivais. Em outros tempos a influência dos brasileiros sobre a cúpula do futebol dificilmente teria permitido que o Brasil fosse excluído. Mas com as entranhas cada vez mais expostas a Copa do Mundo de 2014 é algo que todos os envolvidos querem tornar cada vez menos evidente e a visita teria efeito contrário.
Foi a Copa que desfigurou de vez o Maracanã e que embora tenha dado aos corintianos o estádio que eles tanto sonhavam não permitiu aos mais sensatos a possibilidade do orgulho pleno. E nem vamos falar da Arena Pantanal visivelmente frágil desde sempre, do estádio erguido em Brasília que não merecia ter pra si o nome de Garrincha. E é aí que faço a costura com o que afirmei no início pois, pra aumentar o desespero dos que tramaram tudo, a Copa de 2014 não trouxe consigo um resultado que pudesse aplacar esse dissabor.
Ao contrário, carregaremos pra sempre aquele sete a um, que se interpretado pelo viés dos fatos hoje em dia pode muito bem ser encarado como a cristalização de tudo o que se fez de errado em nome do nosso futebol. Tudo saiu às avessas e naquele fatídico julho de 2014 o futebol, como quem impõe um castigo, não nos deu nada. Nem um resultado que os cartolas pudessem usar como escudo, como fazem desde sempre. É certo que a visita do troféu não mudaria muita coisa, mas a ausência dele parece uma pista de que aquela é uma Copa que alguns preferem esquecer, quando na verdade o que precisamos é passa-la a limpo.
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8 comentários:
Independe do resultado final nas quatro linhas, O QUE MAIS IMPORTA É $E O re$ultado fora dela$ foi $uficiente. PEN$O EU!
Delaim
Eu penso que foi uma bandalheira danada
que nos deixou uma conta imensa que pagaremos
ainda por mais de duas décadas.
Por isso, escrevi: não é pra esquecer, não.
É pra ir atrás de tudo o que foi feito de errado.
Porque muita coisa, ainda que não seja moralmente legal,
não tem como ser enquadrada. Se é que me entende?
Abraço
Olá Vladir, estou tendo muitos problemas para te mandar uma mensagem e a outros influenciadores da mídia esportiva, sou admirador de seu trabalho e gostaria de sua reflexão nesse assunto que considero importante e que vem degradando nosso futebol. É uma critica sobre o futebol jogado no Brasil. Desde o final dos anos 90 até o início dos anos 00 o futebol brasileiro vem mudando e já alguns anos acho que chegou em seu ápice, o futebol praticado no Brasil é defensivo! Como vc sabe nosso DNA sempre foi ofensivo, com certa displicência tática. Acontece que no futebol moderno a transição diz que o um time deve se defender sem a bola, todos os jogadores preencherem espaços e com a bola atacar. O futebol jogado aqui só acontece a primeira opção, sem a bola todos os time geralmente defendem bem, mas com a bola a eficiência é muito baixa, a maioria dos times abdica de atacar, quase que todos ele quisessem só se defenderem, o que eu cobro dos times é que façam a transição e não somente preenchimento de espaços e o futebol jogado parece que os times estão prontos para somente se defenderem, a transição diz que o time deve estar pronto para atacar com a posse de bola e defender sem a bola os 11 preenchem os espaços vazios, ao ter a posse da bola vejo que de maneira geral todos brasileiros não sabem o que fazerem e isso trouxe uma clara deficiência ofensiva aos times brasileiros, muito dificuldade de romper linhas, defesas bem postadas, lentidão na troca de passes, péssimas escolhas em contra-ataques, os times europeus dão em média dois toques, já aqui o jogador quase leva com mão para entregar ao outro, são necessários muitos ataques para sair um gol quando não nenhum. Hoje te digo que o futebol praticado na Europa é um futebol ofensivo, nenhum dos grandes times abdica de atacar, eles defendem sem a bola e com ela atacam com ela. O que vejo dos jogadores brasileiros que jogam na Europa, eles atacam e defendem, já aqui a transição praticamente não existe! Todos são focados só em ficarem sem a bola preenchendo espaços, defendendo, o que vejo são classicos e grandes jogos amarrados, jogos veios, poucos gols... A tendencia é o Brasil formar grandes jogadores defensivos por que todos aqui, parecem gostar desse jogo somente defensivo, até a Itália vem abandonando este jogo e os time italianos não abdicam de atacarem como os nossos.Lá na Europa os jogos entre grandes equipes vemos gols, emoção, times que utilizam o pleno conceito de transição, é comum ver grandes equipes de alto nível em jogos tendo muitos gols. Já aqui, o futebol é completamente defensivo! equipes que não jogam só se preocupam com a parte sem a bola e ao conseguir tomar a bola do adversário o que se vê é uma incapacidade de romper linhas, desordenação, chuveirinhos áreas ou gols de contra-ataque, em geral se precisa de muitos ataques para sair um gol no campeonato.
Rapaz, lerei suas considerações a respeito do "jogo de bola".
Mas qq coisa o meu e.mail é
vladirlemos@tvcultura.com.br
Abs
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