quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Neymar, o tetra e as caxirolas



Abro os jornais e vejo que a maré está mudando. Foi-se o tempo em que o coro pela permanência de Neymar era vigoroso. Os defensores vão claramente perdendo os argumentos. Sou levado a concluir, cruelmente, que todo esse fica-não-fica ao menos serviu para nos mostrar como o futebol brasileiro estava - e está - despreparado para lidar com esse tipo de situação. Mas Neymar só deve se preocupar pra valer se no íntimo tiver alguma dúvida de que será capaz de dar conta de tudo que se espera dele.

Ostentando uma invencibilidade de treze jogos a única coisa que se pode cobrar do time santista é aquele futebol encantador levado a campo em torneios recentes. Logo, na condição de grande espelho da equipe comandada por Muricy normal que Neymar também não esteja refletindo o brilho de outros tempos. Autógrafos comercializados à parte, em campo quem tem feito mais pelo Santos do que ele?

Aos desatentos não custa lembrar que nos acréscimos do clássico contra o Palmeiras foi visto indo buscar a bola junto à linha lateral para depois sair driblando, passar por alguns adversários, até mandar a bola precisamente na direção do gol.

A oportunidade que se apresenta ao elenco santista é rara, muito rara. O Campeonato Paulista pode não ser a menina dos olhos dos boleiros profissionais mas esse, em especial para os santistas, é a garantia de entrar de vez não só para a a história do clube. É preciso pensar um pouco para tomar noção do que significará conquistar o primeiro tetracampeonato da história do futebol paulista na era profissional. Pelé e seus nobres companheiros certamente gostariam de trazer mais essa no currículo.

Dizer que o Santos está perto da façanha seria quase leviano. O Mogi Mirim - e seus quarenta e dois gols -impõe respeito. Isso sem falar que numa suposta final o Santos teria pela frente um dos seus maiores rivais, se não o maior. E pelo menos até aqui a pegada do time santista dá a impressão de ser menor do que o momento exige.


Agora, permitam-me mudar de assunto, porque não dá pra deixar de falar dessa tal caxirola, o instrumento criado por Carlinhos Brown para fazer barulho na Copa do Mundo. As vuvuzelas do Mundial da África do Sul eram uma tradição por lá. Mas e a caxirola o que é? Um instrumento nascido de oportunidades? Protestar na arquibancada a torcida não pode, mas fazer o papel de animador de auditório pode? É isso? Ora, se for pra tocar alguma coisa por lá que se resgate as velhas charangas. Elas, ao menos, têm a ver com a história dos nossos estádios e do nosso futebol.

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