quarta-feira, 18 de julho de 2018

Sentimento pós-Copa


É engraçado que  esteja tão viva em mim a sensação do bode que se apoderou da torcida brasileira depois de terminada a Copa do Mundo que foi disputada por aqui. Nem de certos jogos restou recordação tão duradoura. E olha que depois do que vivemos diante da Alemanha seria para dar graças a Deus por ter o Brasileirão de volta. Mas não foi o que se viu e sentiu, como talvez o nobre leitor também lembre. Nos últimos dias, em momentos diferentes, me perguntaram ou me instigaram a dizer o que tinha achado da Copa que acaba de entrar para a história. Dizer que foi melhor que a disputada por estas bandas poderia se revelar impreciso. O calor do momento pode causar sérias distorções na análise. Ouso dizer, no entanto, que o Mundial da Rússia, foi simpático, exalou um magnetismo. Amparado provavelmente nos cenários e na história local riquíssima.  

Do ponto de vista técnico e tático me parece distante de conseguir  um lugar de destaque na história. Se analisado com algum rigor talvez tenha sido na verdade mais o ocaso do que a aurora de certas ideias a respeito do futebol. O jogo cadenciado e a veneração pela posse de bola são alguns exemplos do que tento dizer. Fato é que desde a última segunda-feira quando os principais times do país voltaram a campo há uma suave angústia nos cercando. Ou seria impressão? Sem contar que o período da Copa, no fundo, serviu para tornar evidente como são tratados com infinitas diferenças os campeonatos brasileiros de  outras divisões. Davam o futebol brasileiro como parado quando na verdade sua versão B seguia adiante. 

Se escolho o tema é porque alimento aqui comigo certa curiosidade sobre o sentimento que nos aguarda nos próximos dias. Na teoria o futebol deveria melhorar depois do tempo que  as equipes tiveram pra treinar. Mas sabemos todos que o jogo de bola não é uma ciência exata. A rodada que o Brasileirão nos reservou parece com vigor para não deixar que certo bode volte a se abater sobre nós pós- Mundial. Depois de clássicos como esse que se deu ontem à noite no Maracanã entre Flamengo e São Paulo, hoje a outra metade da rodada se desenrolará.  E se Vasco e Fluminense nesse volta partirão de posições na tabela que não temperam muito o embate, Santos e Palmeiras devem ter sobre si um pressão considerável. O time da Vila que descansou este tempo todo em um incômodo décimo quinto lugar enquanto o Palmeiras seguirá tendo sobre si uma cobrança que há tempos tem feito qualquer mínimo percalço ter um ar de tragédia. 

E pra fechar essa rodada de retomada  a Arena da Baixada será palco de um encontro do Atlético Paranaense com um Internacional que ao sair de cena era promissor e passou esse período de Copa com lugar garantido no respeitável G4.  Já o Atlético, um dos primeiros a voltar a campo, mandou embora o técnico Fernando Diniz nessa parada e três dias atrás foi eliminado da Copa do Brasil, além de ocupar a penúltima posição da tabela no Brasileirão, minando a proposta de jogo sempre muito original de seu ex-treinador. Pedir à torcida do Furacão que reconheça a coragem de Fernando Diniz, que poderia muito bem ter aberto do mão do que pensa para manter o emprego, seria pedir demais. Ou seja, a fatia mais cortejada do futebol brasileiro está de volta, seduzindo o grosso da mídia. Resta saber se terá brilho suficiente pra não nos fazer sentir de novo aquele velho sentimento vivido por muitos de nós há quatro anos.

2 comentários:

VIRAULI disse...

Hola Vladir. Soy español e investigo ciclobiología. Me ha llegado la noticia publicada en su página sobre el estudio de ciclobiología de Antonio Olaia, referido al fútbol, Le quedaría muy agradecido si pudiera darme algún dato para contactar con él. Estoy muy interesado en el tema.
Agradecido de antemano, reciba un cordial saludo de
Vicente Rausell

VIRAULI disse...

Sabria como conectar con Antonio Eulia.Gracias