Há tempos a torcida do Palmeiras faz do seu estádio um lugar com vibração acima da média, o que por si só já deve ser motivo de orgulho. Mas a noite do duelo entre o time alviverde e o Flamengo teve muito mais do que isso. Foi também um jogo acima da média na parte técnica, campo no qual a pobreza é cada vez mais evidente.
De certo modo, me soou triste a constatação de que o "duelo" entre Luxemburgo e Valdivia havia tomado um espaço que pertencia, por direito, ao jogo propriamente dito e a um outro personagem.
A visível irritação de Luxemburgo na sala de imprensa após a partida, tenho a impressão, foi provocada pela constatação de que o tal episódio havia deslocado o foco da entrevista para um lugar distante do esperado pelo treinador.
É até compreensível que o técnico palmeirense - que amanheceu nos jornais ainda mais enaltecido pelo fato de disputar a partida de número trezentos no comando do time - não tenha gostado nem um pouco de perceber que em dia tão festivo, a cara feia de Valdivia e a atitude dele de ir direto para o vestiário sem cumprimentar ninguém, tivessem lhe roubado a possibilidade de chegar ali e discorrer sobre o que ele realmente queria: o triunfo sobre o time para o qual ele torce, justamente num dia carregado de tanto simbolismo.
Valdivia, por sua vez, foi temperamental, o que não é nenhuma novidade para aqueles que o acompanham em campo. Talvez, não tenha sido capaz de imaginar que essa atitude fosse colocá-lo tão sob a mira de seu comandante.
O fato é que o ocorrido prejudicou o próprio Valdivia, que acabou sendo mais lembrado pelo incidente do que pela atuação e pelo belo passe que fez nascer a vitória sobre o time rubro-negro.
No dia seguinte, não teve outra saída a não ser pisar mansinho, medir palavras.
Assim se deu mais uma "novelinha" do nosso futebol, de enredo injusto com o volante Sandro Silva, autor do único gol no Palestra Itália, e verdadeiro personagem do jogo.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
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