quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Empate técnico

A última enquete realizada perguntava o seguinte:

Guaratinguetá ou Ponte Preta? Qual o melhor?

O placar terminou com 50 % dos votos para cada lado.

A nova enquete que proponho tem a ver com o ambiente que vai sendo criado em torno dos Jogos Olímpicos de Pequim. Desrespeito aos direitos humanos, supostas ligações com terroristas... e por aí vai.

Participe!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"O mar não tá pra peixe"

Os mais puritanos hoje vão ter que me perdoar. Sei que em meio às palavras que pretendo colocar aqui deixarei escapar uma certa simpatia pelos bares que irei descrever. Saber escolher um bar é ter o dom de selecionar ambientes, por mais que isso pareça contraditório. Se bem escolhido, acredito, podem até ostentar um adesivo onde se verá escrito: Freqüente Bar. Bar é cultura. Não, não sou um sujeito assíduo em nenhum. Mas os admiro.

No do Zé Ladrão, que há mais de cinqüenta anos atende o pessoal do bairro, o dono, cujo nome é previsível, bolou uma tática interessante para fugir dos “chatos da bola”.
Na parede do fundo Seo Zé, colocou o distintivo dos quatro grandes times de São Paulo, dependendo do acontecido em campo ele troca o símbolo, e acabou a discussão, acabou o sarro. Na maior cara-de-pau, no meio da conversa, ele é capaz de virar pro sujeito e dizer:
_ Porque você está me dizendo isso?
Mostra com os olhos o distintivo na parede, e confunde o adversário. Na verdade ele é corintiano, mas por motivos sabidos o distintivo do timão não tem andado por cima.
Já o do Santos figurou na ala de frente em muitas ocasiões, tempos atrás.

Essa, no entanto, não é a política praticada pelo grande concorrente do Zé para tratar os fregueses torcedores. No Bar do Celso, basta um passo adentro para notar que o lugar é, ao mesmo tempo bar, e um tributo ao peixe.
Quem freqüenta o Celso sabe muito bem, em dia de jogo importante, seja na capital, seja na Vila, não tem cerveja. Ele se manda. A decoração tem foto do Pagão, do Bob Marley com a camisa do peixe, e mais um punhado de coisas sobre o time.

A última vez que tinha estado lá foi no dia em que o Santos tomou uma sapecada do Juventus. Não havia rádio, nem televisão, quem chegava ia trazendo notícias. Avisei que já tava um zero para o moleque travesso, o celular do Celso tocava...e assim a coisa progrediu. Derrota por 3 a1. Nesta semana cumpri uma velha promessa, fui levar um presente para o Celso. Uma foto para fazer parte do acervo do bar. Pelé sentado no gramado, fotografado de frente, com um ângulo baixo e muito próximo. Pelé com o uniforme todo branco, amarrando as chuteiras, com um sorriso jovem. Falamos do time, da falta de jogadores revelados, dos perigosos parceiros de olho no clube. Da pindaíba que se abateu sobre os santistas.

Foi uma conversa de bola com medo do futuro. Sem aquela empolgação de antes.Falamos do Santos com semblantes preocupados. Uma visita breve, só para a cerimônia de entrega do quadro. Nos despedimos. E eu fui embora pensando... o Celso é o tipo de cara que mais tá sofrendo nesse momento.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Timemania / O jogo

Caso você queira saber o que realmente representa a Timemania, tenha o zelo de procurar notícias divulgadas no início do projeto.

Compará-las ao que foi aprovado dará a medida exata de como a idéia dessa loteria sofreu alterações para atender, claro, aos interesses dos clubes. Faça as contas! Assim você verá como, no começo, era infinitamente menor o prazo estipulado para que os clubes pagassem as dívidas fiscais, e que terminou em quase eternos duzentos e quarenta meses, ou dito de maneira mais popular, viiiiiiiiiiiiiiiinte anos.

Fazendo esse exercício de voltar ao passado, você verá também como, aos poucos, os cartolas conseguiram diminuir a obrigação de colocar algum dinheiro nessa jogada. No primeiro ano, clubes com dívidas de bem mais de uma centena de milhões, estarão obrigados a contribuir com, no máximo, cinquenta mil reais mensais, para saldar as parcelas.

Por tudo isso, uma matéria do caderno de esportes do jornal"O Estado de São Paulo", desta terça-feira, me chamou atenção. Na matéria, um auditor afirma que a Timemania pode ser uma armadilha para os clubes, já que o limite de 50 mil reais só vigorará este ano. Ou seja, clubes cheios de dívidas poderiam ter que desembolsar grandes quantias, caso o faturamento da nova loteria fique abaixo das expectativas. O estimado para esses primeiros doze meses é de cerca de 520 milhões de reais. Minha aposta é outra. Aposto que até lá nossos dirigentes darão um jeito de mudar a regra.

Antes de encerrar este breve artigo, aproveito para dizer:

"... agora só resta você decidir se coloca, ou não, seu suado dinheiro nessa história."

Faz sentido



Ao contrário do que andam dizendo por aí, nossa última enquete terminou com 87% dos votantes afirmando que o "auê" em cima da arbitragem não faz o menor sentido, estão é tirando proveito da situação para fazer pressão.

13% discordam.

Participe da nova enquete.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pagar pra ver

O tempo do futebol romântico ficou pra trás! Isso todo mundo já sabia. O tempo do futebol jogado com técnica refinada, pertence ao passado! Nenhuma novidade. Os poucos jogadores que ainda merecem alguma atenção formam o time dos que, literalmente, ainda não foram, e dividem a cena, com o time daqueles que foram e já voltaram. Nem todos de maneira digna, quase nenhum de maneira consagrada.

Nós todos, que gostamos de futebol, somos hoje testemunhas vivas de que os espertos tomaram conta daquilo que um dia foi nossa brincadeira preferida. O jogo de bola já não tem nada, nada de "bobinho". A nossa maneira singular de praticá-lo, a nossa maneira toda própria de interpretá-lo, não resta dúvida, deu ao futebol uma outra dimensão, que nem mesmo seus inventores foram capazes de dar. De que adiantou tudo isso?

Não houve virtude capaz de nos livrar da sede dos mercadores. E agora, que já sabemos que não podemos contar com a elegância, não podemos contar com o velho e bom ar romântico caindo como um véu sobre as pelejas, que já não temos direito a grandes doses de técnica apurada, começamos a perceber que já não temos nem mesmo o direito de ver o futebol. Não, não se trata de exagero. Foi-se também o tempo em que nós, torcedores, podíamos ligar a TV e assistir a um clássico, ou ao jogo mais quente da rodada. Podíamos fazer "planos de bola" para os domingos.

Primeiro decretaram que os jogos não poderiam ser transmitidos para a mesma cidade. Já não fazia sentido, diziam. As arquibancadas ficariam vazias. Mas esse tempo também ficou para trás. Hoje, não podemos sonhar em ver um clássico pela televisão nem mesmo quando ele é disputado em outra cidade. Calma, não se desespere, não se trata de uma pena perpétua. Poderemos, sim, acompanhar um clássico pela televisão, mas só quando for do estrito interesse da televisão. O interesse do torcedor já não interessa.

E não seja ingênuo a ponto de achar que pagar uma TV a cabo irá livrá-lo dessa terrível condenação. Esse tempo, meu amigo, também já passou.

As grades de programação, engenhosamente criadas por especialistas, terão sempre um jogo menos importante para justificar a mensalidade robusta que você se dignou a pagar.
Se quiseres voltar a ser soberano para decidir, como você já foi um dia, não haverá escolha, será preciso "pagar pra ver". E será com o dinheiro desse segmento, que cresce vertiginosamente de temporada para temporada, que os "homens de TV" seduzirão os cartolas na hora de negociar os direitos de transmissão. Com habilidade ímpar dirão a eles, homens ávidos por boas cifras, que é verdade, o dinheiro oferecido é o mesmo do ano passado, mas os lucros proporcionados por torcedores dispostos a ver tudo, prometem um salto imenso, e os cartolas, nem tão ingênuos assim, certamente, irão "pagar pra ver".

E nós, a torcida, continuaremos a ver apenas aquilo que eles quiserem, que eles deixarem.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fenômeno














Foto: other images http://www.otherimages.com.br/)


Só quem gosta e pratica esporte sabe a dor e o peso contidos em uma contusão grave.
Melhor seria ver Ronaldo... no auge.

Incrível

Dessa maneira descrevo Gustavo Kuerten nos seus melhores momentos.E se há coisa no esporte que me encanta é a surpresa.O adversário fraco que derrota o mais forte, e por aí vai...

Muita gente que acordou sonada naquele distante domingo de 97 pode ter tido a sensação de ainda estar sonhando ao olhar a TV e dar de cara com um brasileiro disputando a final de Roland Garros. E era só o começo...

Classifico a inesquecível Masters Cup ( e já comprei muita briga em redação por isso), quando Guga venceu Sampras e Agassi, depois de ter perdido a primeira partida para ele, como a maior conquista do esporte brasileiro desde o tricampeonato da seleção no México, em 70.Sei que muitos vão discordar.

Guga fez o impensável... colocou o Brasil no topo do tênis mundial.

Acredito que a exata noção do que isso representa só virá no futuro, quando pudermos medir o tempo que outro brasileiro demorou pra chegar lá.



* * Decidi resgatar esse "post" de 15 de janeiro de 2008, inspirado pelo emocionante depoimento de Guga depois do jogo de ontem na Costa do Sauípe.

Árbitros, "a bola da vez"

A impressão que tenho é que o acontecido beira o milagre, e quase ninguém percebeu. A mania, a picuinha preferida dos torcedores, pasmem, já não é falar mal dos treinadores. O grande vício agora, no bom sentido, mas nem tão bom assim, é pegar no pé dos árbitros. Tá certo que muitos andam dando um mole danado para o azar.

E, talvez, o que pouca gente tenha percebido também é que essa nova mania tem um agravante. Veja. Quando eram os treinadores que estavam na berlinda, os torcedores "desciam a lenha" no coitado, mas ao menos a comissão técnica do próprio ficava resignada, não falava sobre o assunto, muito menos os jogadores da equipe, que nos bastidores podiam até "jogar contra", mas ficavam na miúda.

Com os árbitros a regra é outra, todo mundo tem direito de tirar uma casquinha, técnicos, dirigentes, torcedores, todos querem "desfrutar" do momento frágil do sujeito. Essa por sinal é uma espécia de lei abstrata do mundo da bola: qualquer um que tenha a infelicidade de entrar vulnerável em campo sofrerá um enorme castigo.E não falo de uma certa vulnerabilidade técnica, não. Pode ser uma bola "levada" no meio das pernas, um lance bizarro, uma furada, ou pode ser até uma briga romântica tornada pública. Em todos esses casos o escárnio será inevitável... o corinho sarcástico da torcida idem... Isso sem contar as gracinhas ditas de modo velado pelos adversários em campo.

Nada a declarar, no entanto, sobre a conduta da torcida, que nesse caso é soberana para desfrutar do futebol da maneira que achar melhor, inclusive, zombando da arbitragem.

Quem jogou bola sabe muito bem os milagres que operam uma boa "pressãozinha", e não apenas no juiz. E, na minha opinião, por hora, é bem esse o caso, com tantos veículos prontos a repercutir cada declaração, alguns se acharam espertos o suficiente para usar essa capacidade de "ecoar" os acontecimentos como um trunfo.

O adversário, por sua vez, ciente dessa perversa realidade, se sente no direito de reclamar e falar alto também. O raciocínio é lógico: é preciso equilibrar as forças, equilibrar a pressão. E ficam lá os árbitros, cada vez mais pressionados.

Os treinadores, outrora culpados, nunca estiveram tão fora da mira dos descontentes. Deveriam fazer um exercício de humildade e, solenemente, agradecer aos árbitros

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Federer...na cabeça!












Foto: Paul Zimmer


Segundo 72% dos que votaram na última enquete deste blog, o rapaz da foto, o tenista Roger Federer, será o vencedor da categoria "melhor atleta do ano (2007)" do prêmio Laureus, aquele que também é conhecido como o "Oscar do Esporte".

O resultado será divulgado na próxima segunda-feira.

Kaká foi o segundo colocado com 19%, e o piloto de fórmula 1,
Kimmi Raikkonem, o terceiro com 9%.

A "barulho" com relação a arbitragem do Campeonato Paulista é o tema da nova enquete.

Participe!

“Estádios, interesses, e outras divididas”

Apesar de todas as evidências, não cultive, não deixe crescer essa impressão de que nós, jornalistas, somos um time de sujeitos amargos. Juro que boa parte dos que conheço gosta mesmo é de falar de coisas boas, grandes acontecimentos, coisas do tipo. Mas nosso ponto de partida é o cotidiano, e aí, como você bem sabe, o jogo complica, e como complica.
Por mais que achem que nosso esporte preferido é ver o circo pegar fogo, insisto que temos preferências bem mais interessantes.

Vejamos o caso do Santos. E, para evitar qualquer juízo anterior, vamos imaginar que não se trata de um clube, e sim de uma empresa. Falam tanto em gestão profissional.
Vamos lembrar que essa empresa esteve entre as maiores do país nos últimos anos, revelando talentos e faturando alto. A primeira condição para manter o sucesso seria não correr o mínimo risco de ficar sem matéria-prima, leia-se jogadores.
A segunda seria não ficar sem dinheiro em caixa. Em tempo, a combinação pode ser fatal, como bem sabem os que entendem a dinâmica do mercado.

Agora, aceitar que um de seus executivos, talvez o mais importante deles, não esconda a insatisfação com o material humano que tem para trabalhar, é algo impensável para qualquer empresa de renome.
Se em uma grande corporação acontecimentos desse tipo não são tolerados, porque deveriam ser em um grande clube? Afinal, democracia, e liberdade de pensamentos, não estão entre as virtudes do futebol. Dirão os espertos que o mundo da bola tem outras razões. Não ouse duvidar, meu caro.

E já que a Copa de 2014 virou missão nacional, aproveito esse amargor para dizer também que não suporto ouvir gente dizer que construir um estádio é uma obra social, amparado no fato de que o esporte educa, afasta dos vícios. Sobre isso não resta dúvida. Mas o esporte que faz bem de verdade é o esporte atrelado à educação, que disciplina, que melhora a condição física e mental do aluno.

Quem tem a intenção de fazer o esporte ajudar o país deveria se encarregar de construir uma quadra digna em cada escola, com bolas e equipamentos em condições de uso. O resto é papo furado. Na minha opinião, dinheiro público para construir estádio, nunca. Os que ganham dinheiro com futebol que se encarreguem disso. Temos mais o que fazer.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Ah! Se não fosse o Robinho...










Foto:
Eduardo Knapp/FI



Robinho marcou o gol da vitória sobre a Irlanda por um a zero.
Ou seja, adornou (ou seria salvou?) mais uma apresentação ( ou seria negócio?) da nossa seleção.

Mas eu gostei mesmo foi de ter visto futebol num campo amplo, onde as placas de publicidade
não estavam quase em cima da linha lateral.. e o gramado continuava muito além da linha de fundo.

O resto foi como sempre.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Uma reflexão sobre o Santos

Tirar o máximo proveito das conquistas parece ter sido a principal virtude do São Paulo.
Quem teve a oportunidade de acompanhar de perto a trajetória tricolor desde o triunfo no Mundial Interclubes de 92, percebeu que de lá pra cá, apesar dos tropeços, o time do Morumbi nunca mais deixou a peteca cair de verdade.

Ainda que o Santos não tenha obtido um sucesso de tal magnitude, teve sim, chances enormes de construir uma base que não o fizesse voltar a viver momentos medonhos como o atual.

Não bastassem os desentendimentos, a falta de dinheiro, as apresentações sofríveis, o torcedor santista está tendo a nítida sensação de que os títulos brasileiros, as revelações para o mundo,os títulos paulistas, o sonho possível de vencer a Libertadores, tudo isso ficou pra trás.

Por hora não há frutos.