quinta-feira, 7 de abril de 2022

O Brasileirão vem aí

 



Se ao falar do Campeonato Paulista neste espaço na semana passada buscava jogar luz sobre um modo de fazer o mais velho dos torneios estaduais do nosso país voltar a merecer ter seu nome dito no aumentativo o Campeonato Brasileiro que começa depois de amanhã - e nos acompanhará até quando o ano desaguar na singular Copa do Mundo do Catar  - dispensa esse tipo de preocupação. Não que não necessite de cuidados. O futebol brasileiro precisa, e muitos.  Mas essa é outra história. O Brasileirão segue sendo Brasileirão e ponto. Por mais que a Libertadores nos últimos anos tenha colocado à prova sua capacidade de seduzir. 

É fato que o título do ano passado ter ido parar nas mãos do Atlético Mineiro ajudou a polir um pouco o glamour do nosso principal torneio de futebol.  Não só pelo fato de o time mineiro, campeão da primeira edição, ter voltado a conquistá-lo exato meio século depois, mas principalmente por ter deixado para trás Flamengo e Palmeiras. Dois times que não só eram tidos como favoritos como tinham, até então, ficado com os três últimos troféus. O Galo segue aí, inteiro, de técnico novo. Se conseguir manter a estrutura de um time de uma temporada para outra foi uma das coisas que fizeram Flamengo e Palmeiras atingirem o patamar atual o Atlético agora figura nesse time, ainda que sob novo comando. 

Uma condição que é também do atual vice-campeão Flamengo, em 2022 sob a direção do português, Paulo Souza, que vai começar o Brasileirão sentindo lhe pesar sob os ombros a queda para o Fluminense que impediu o rubro-negro de conquistar um pomposo tetra estadual inédito. Por mais que o uruguaio Arrascaeta ande jogando o fino o Brasileirão também será o palco no qual o mais cortejado elenco dos últimos tempos terá de provar que o que anda vivendo não é o seu ocaso.  

Já o Palmeiras, que terminou a edição passada atrás do Atlético e do Flamengo, não trocou de treinador.  Abel Ferreira, em entrevista recente até deixou transparecer que em 2021 o Palmeiras em determinado momento olhou o Brasileiro com certo desdém. Estava em condição de fazê-lo? Talvez. Mas certamente a essa altura o Brasileirão deve rondar o imaginário do treinador palmeirense porque  certamente cairia como uma cereja no bolo de uma das mais bem sucedidas trajetórias do futebol brasileiro dos últimos tempos. Desafio em nada menor do que têm o Galo e o Flamengo.  



O Fortaleza, quarto colocado, foi de longe a sensação do último Brasileirão. Segue comandado pelo argentino Juan Pablo Vojvoda e pelo visto não perdeu o embalo.  Acaba se se sagrar campeão da Copa do Nordeste, de maneira invicta, e ostenta números de respeito. Um desavisado que , de repente, dê de cara por aí com a classificação final da edição passada poderá tomar um susto ao passar os olhos sobre a tabela e ver, entre os dez primeiros, não só o Fortaleza mas também o Bragantino, o América Mineiro e o Atlético Goianiense. 

E que o Santos não se deixe levar pela ilusão de figurar entre eles.  Ter terminado o Brasileirão passado à frente de times como Internacional e São Paulo de modo algum deve servir de alento.  Daria pra dizer que o tricolor andou sofrendo tanto quanto o Santos no Brasileirão passado, acaba de ser atropelado na decisão estadual, mas imaginar que têm alguma semelhança neste momento seria pura miopia.  O Brasileirão é cada vez mais um longo caminho que não perdoa os fracos.  

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