sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Magrão, lá se foram dez anos!



Magrão, meu velho, nem vou aqui falar da saudade que seria chover no molhado. Nesta última década pontuada de cabo a rabo pela falta que você faz muita coisa mudou. Mas tem uma coisa que segue igual, toda vez que penso em ti  duas frases cantadas pelo Gonzaguinha, que você curtia tanto, me vêm à cabeça. A primeira é: "eu acredito é na rapaziada".  

O Brasil de hoje iria te desapontar, se você voltasse exatamente agora, seria inevitável se perguntar como conseguimos andar tão pra trás assim. Mas também não vou entrar nessa, pois no fundo sei o que dirias, e estou de acordo: o caminho leva sempre adiante.  Sabe, houve tanta coisa tramada em teu nome nesse tempo que passou, gente boa reunida, que será capaz de honrar a data com obras e homenagens. De minha parte digo que fiquei devendo. 


Queria tanto tanto ter colocado à disposição de todo mundo aquelas  conversas que andamos gravando junto do Xico. Papos que o velho Mazza vigiava para na hora certa semear palavras também. Dia desses chegaremos lá. E quem sabe até além. Quero dizer ainda que me intriga que tenhas saído de cena justamente quando nosso país, o mundo, se revelou tão necessitado de pessoas com a tua força, com teus ideais. A parte boa é perceber que por um  viés não houve imprecisão na rota. O tempo se encarregou de fazer de você - e daquilo que você representa - algo ainda maior.


Ah, e a Merça mudou. Quer dizer, o lugar tá lá, mas o astral, os livros, o velho elenco, Marquinhos tratou de levar pra um outro lugar ali nas redondezas. Lugar que ganhou o sugestivo nome de Ria.  Assim mesmo como quem pede um sorriso, coisa que era sempre tão farta nas mesas que dividimos. Magrão, vou me despedir também sem falar do velho jogo de bola, do teu Santos. Opa!! do teu Corinthians.  E não pense que cometeria o deslize de  me despedir sem citar a outra frase 

cantada pelo Gonzaguinha que sempre me vem à cabeça toda vez que lembro de ti. 


Quer saber? " É a vida, é bonita e é bonita".  

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