sábado, 29 de setembro de 2007

Sobre as nossas meninas

Antes que elas entrem em campo amanhã, gostaria de dizer algumas coisas. A primeira delas, é que me espanta a evolução técnica do futebol feminino nos últimos tempos. Mesmo os menos atentos já devem ter percebido. E não falo só do time brasileiro, não, claro. Outra coisa, é a promessa que a CBF voltou a fazer de criar uma "Liga Nacional". Enquanto não virar verdade encararei como piada.
Marta, brilhante como sempre, foi o centro das atenções, merecidamente. Mas quem viu o jogo contra os Estados Unidos teve a chance de constatar que, muito antes de começar a tornar real a inesquecível vitória, nossas meninas já davam um show de disposição, que deveria servir de exemplo pra muito marmanjo. Roubavam uma bola...vibravam! Faziam um corte...vibravam! Empolgante.
Vencendo, ou não, amanhã, tenho certeza que elas nos darão aquilo que o futebol tem de melhor: a virtude de divertir!
Confesso, torço pra elas de peito aberto, de uma maneira que nem sempre consigo fazer pelo nosso esquadrão masculino.
Sorte!!!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Ô meu! Olha isso.

Certas situações me fazem lembrar muito de ter ouvido uma vez que a fala nos devia ser dada em metros. Assim, as pessoas pensariam mais antes de usá-la. Ou o certo seria dizer gastá-la?
Desse modo, talvez, o lance entre o lateral Dyego Rocha (Coelho), do Atlético Mineiro, e o meia Kerlon, do Cruzeiro, tivesse ocupado na crônica esportiva apenas o espaço que merecia.
Hoje, ao ler que o encarregado da defesa atleticana, ao comentar a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, disse que o caso “merecia ter tido a oportunidade de ser mais profundamente discutido”, senti um calafrio.Chega!
O mesmo advogado chegou a alegar que Kerlon fez “malabarismos”.
Bom, o Houaiss diz que malabarismo é, antes de tudo, coisa de artista. E nosso futebol não anda em condição de dispensar artistas pelo que eu tenho visto.
Não vou comentar a suspensão de 120 dias imposta ao jogador do time mineiro, porque cabe recurso, e tá na cara que não vai ficar nisso.
Agora, o que me impressionou mais do que o ocorrido e o decidido foi a linguagem usada pela procuradoria do tribunal, que pediu a punição para evitar “a vitória de Coelho sobre a Foca, consagrando a vitória dos brucutus”.
Sem dúvida, obra de um craque das letras. Mas, infelizmente, adepto de palavras tão toscas quanto a entrada do lateral do Atlético.
Antes de encerrar, agradeço a atenção do meu colega de redação Bi Ribeiro, que podendo fazer uso de uma linguagem coloquial, chegou ao meu lado e disse:
-Ô meu! Olha isso!
Pois é, Bi Ribeiro!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Parceiros

Não é de hoje que os times de futebol mais do que correr atrás de bons jogadores, correm atrás de bons negócios. Mas o que é um bom negócio?

No começo da década de noventa Palmeiras e Parmalat se uniram. Juntos deram o ponta-pé inicial na era das parcerias. Os resultados vieram muito antes do esperado. Títulos, fim de um longo jejum, euforia. Isso sem contar que os torcedores alviverdes falavam o nome da multinacional italiana com o carinho normalmente reservado aos ídolos.
O sucesso do Palmeiras sem dúvida teve papel decisivo para lançar outros clubes do país em verdadeiras aventuras. Vasco...Flamengo...Vitória da Bahia, e o próprio Bahia, entregaram-se de corpo e alma aos "parceiros".

O tempo se encarregou de tornar explícito o resultado dos investimentos. Centenas de milhões de reais, ao invés de salvar os clubes, os levaram ao fundo do poço.
Até o Palmeiras que parecia lucrar no início da parceria com a Parmalat acabou no prejuízo, afinal, é impossível dizer que o rebaixamento para a segunda divisão não foi, de certa forma, uma espécie de efeito colateral da união.

E ninguém mais se revelou tão propenso a esse tipo de casamento do que o Corinthians. Pretendentes nunca faltaram. Banco Excel, HMTF.

Os momentos felizes vividos ao lado do parceiro Excel quando os anos noventa caminhavam para o fim até serviram de álibi, quando o Corinthians se deixou seduzir por um novo pretendente, que todos sabiam, não era dono de bons antecedentes.
O resto da história todo mundo conhece, e o pior é que o final além de não ter nada de feliz, deixará marcas profundas por um longo tempo.

Cercado de dívidas, movido talvez pela cobiça, o Corinthians se entregou a um parceiro como quem, isento de caráter, aceita uma relação alimentando outros interesses.
Com as entranhas desse tipo de jogada cada vez mais escancaradas, resta aos torcedores duvidar daqueles que se apresentam como parceiros, como se duvida daquele jogador que acaba de ser contratado vindo de não sei onde.

A dona FIFA, com seu jeitão de senhora muito bem intencionada, está cheia de afilhados espalhados pelo mundo aceitando receber dinheiro de origem desconhecida. Só na Inglaterra tem um monte.
E mesmo sabendo que eles estão todos lá, de braços dados com parceiros que protagonizaram negociatas, violaram direitos humanos...

Dona FIFA prefere fazer de conta que não viu nada.

Ou seja, nesse mundo realmente não há antídoto para o mau casamento.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Só uma dica!

Se você é do tipo que além de gostar de futebol se preocupa com ele, saiba que neste momento o programa "Observatório da Imprensa", exibido pela TV Cultura, leva ao ar uma discussão que, com certeza, lhe interessa.
Não se acanhe, está dada a licença.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

De olho na Sul-Americana

Ao São Paulo
faltou uma dose a mais de raciocínio na hora de pensar o jogo.
Rogério esteve constante como sempre e ainda evitou um pra lá de evidente terceiro gol argentino aos quarenta e sete do segundo tempo.
O precoce Campeão Brasileiro de 2007
não conseguiu passar pela sempre viva La Bombonera
sem provar da derrota, o que nunca é pouca coisa.
Acabou vencido por 2 a 1.
O equilíbrio entre defesa e ataque
que falta ao time tricolor sobra ao Boca.
Ainda assim a equipe do Morumbi está viva na disputa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Sobre a condição de viajante

"Viajei como um ser humano interessado principalmente em seres humanos, mas convencido também de que todas as coisas merecem ser vistas - o sublime e o sórdido, o trivial e o raro - porque tudo é expressão da vida, e um homem não deve voltar as costas à vida"

(Erico Veríssimo)

Por aí...

É isso, estou de férias. Mas o futebol está em qualquer lugar.
Passo pela porta de uma velha casa em Ouro Preto. Dois garotos conversam. Meus passos são decididos e, por essa razão, um pouco apressados. Mesmo assim dá pra ouvir um fragmento da conversa que os dois travam. Um deles diz: “O Santos é time bom, mas não segura ninguém. O São Paulo segura mais”. O bate-papo sobre quem ficará com o título brasileiro continua. Eu passo. Estou à procura da Capela do Padre Faria, que dizem, é singela e linda.
Peço que vocês me perdoem, por hora, essa falta de compromisso.
E, olha, me mandem notícias do mundo.